Ninguém sabe a dor que é a de não poder ser criança
Ninguém sabe a dor que é a de não poder
ser criança
Vi
um dia um menino,
Agachado
e chorando,
chorava
sangue sem ser santo.
No
gogó, prendia um grito
Enquanto
olho, insisto
Lembrando
minha infância:
Treloso,
traquino, só ânsia!
Olhando-o,
me foge a fé...
Ninguém sabe a dor que é não
poder ser criança.
Chorava
sem um arranhão,
Já
tendo de ser adulto,
E
sentir como um insulto
Ver
doer o coração.
Corpo,
em paz... já mente, não.
Vendo
povo com bonança,
E
sua fome em constância!
Quase
nenhum couro no pé,
Ninguém sabe a dor que é não
poder ser criança.
Chora
por sua vivência,
Por
faltar meninice,
Por
sobrar adultice,
Não
conhecer a inocência
Nem
de vista ou aparência!
Toda
aquela lagrimância
Salta
por aquela pequenância!
Não
é de motivo qualquer...
Ninguém sabe a dor que é não
poder ser criança.
Não
olhamos com o valor
Que
merecem os pequenos.
Talvez
vendo-os ingênuos,
Ou
apenas nos falte amor...
Sem
preconceito ou terror!
Seus
recursos sem estância,
Discursos
sem ressonância!
A
sociedade vai de ré...
Porque ninguém sabe a dor
que é não poder ser criança.
Julius Cavalcanti
02/05/2011
Boa Julius, abordando os problemas sociais que também eu gosto de mostrar...
ResponderExcluirAbraço!