A desonestidade de uma nação nasce, cresce e se alimenta dos pequenos atos de cada cidadão. Se a nossa é grande, a culpa é sua. A culpa é nossa.
Os costumes do dia-a-dia, apesar de não percerbermos, têm seus reflexos diretos em nossa cultura, e vice-versa. Rotineiramente damos um "toco" para que o guarda não nos multe; para que o flanelinha (vulgo "dono da rua") guarde nossa vaga enquanto saímos (vi isso hoje, enquanto eu e uma amiga tentávamos estacionar); furamos fila; buscamos fugir das fiscalizações policiais para não sermos pegos com alguma infração; alguns, claramente se aproveitando do descaso do governo para com as viaturas policiais e sabendo da vantagem do próprio veículo sobre os da polícia, simplesmente fogem, etc. Resumindo, tudo para que nós fiquemos com alguma vantagem sobre os "otários" que seguem as normas. Se tudo isso parece tão normal a ponto de não causar qualquer constrangimento nem a quem faz, nem a quem assiste, como poderíamos esperar que aqueles que nos representam e lidam com o dinheiro público, ficassem chocados diante das barbáries, desvios, descasos...